Em Penamacor, o Natal bate mais cedo à porta das casas rasteiras com paredes de granito,
típicas da Beira Baixa. Tem a forma de troncos de árvores secas e desperta no espírito dos rapazes e raparigas motivo de convivência e alegria. Em dois dias (7 e 8 de Dezembro) nasce como manda a tradição “o madeiro mais alto dos país”, junto à Igreja Matriz. Para aquecer as famílias ou seu redor e o Menino Jesus, na noite fria da consoada.
O Natal em Penamacor começa no dia 7. É um Natal de afectos, de convívio e de alegria. Que cheira a lenha de azinho, a sobro e a febra assadas na brasa. Os rapazes e raparigas que nasceram na vila no ano de 1980 são, este ano, os protagonistas de uma tradição que dura há séculos em muitas vilas e aldeias da Beira Baixa: o Madeiro de Natal.
“Sempre ouvi dizer que o nosso é o maior do país”, diz Noémia.
A Noémia, uma das três raparigas, e o José, um dos nove rapazes, garantem que não tiveram mãos a medir para tantas tarefas nos dois dias de madeiro. Enquanto eles arrancavam as árvores secas, elas garantiram que a comida e a bebida não faltasse. E ninguém pregou olho.
Após a tarde trabalhosa do primeiro dia, à noite o local onde o madeiro foi arrancado transforma-se num recinto de festa, onde se canta e assam febras de porco na brasa. O Convívio dura até de madrugada. Este ano foi junto à capela da Senhora do Incenso e sempre muito visitado.
Depois de “roubadas” as pernadas de laranjeira nas hortas e comprados os rebuçados no supermercado, o madeiro é transportado em tractores para junto da Igreja Matriz. Chega logo após a missa do meio-dia, ao som do sopro de um búzio, acompanhado de uma chuva de rebuçados e laranjas que os jovens atiram para as ruas. O dia termina com um jantar animado, que também serve para restaurar energia e depois ir ao Baile do Madeiro, na Casa do Povo da Vila.
Os troncos escuros de azinho e sobro amontoam-se em cima uns dos outros quase à altura do telhado da igreja. Já houve quem quisesse acabar com a tradição devido aos estragos causados pelo calor das chamas. Mas a teimosia tem levado a melhor e uma mão desconhecida pega fogo ao madeiro sempre depois das doze badaladas do dia 24 de Dezembro. Para quem ninguém, essa noite, possa sentir frio.
Nélson Mingacho, Jornal Público de 24/12/2000
Nuno Costa, em 10/5/2011
1. Respondo.
Em Dezembro nasce o “Madeiro de Natal”.
Onde nasceu? em Penamacor
Em que dias nasceu? 7 e 8 de Dezembro
Que lenha é utilizada? Lenha de azinho
2. Em que jornal foi publicada esta notícia?
R: Jornal Público.
3. No ano de 2000, a quem coube a tarefa de realizar o “Madeiro de Natal”?
R: Coube aos rapazes e raparigas que nasceram na vila no ano de 1980.
4. Que idade tinham então esses rapazes e essas raparigas?
R: Tinham ambos 20 anos.
5. Marco X nas opções correctas.
O Madeiro de Natal…
não é uma tradição.
destina-se a ser aceso na noite de consoada.
é uma tradição muito antiga onde há convívio e alegria. X
6. Escrevo os sinónimos das seguintes palavras, consultando um dicionário.
rasteiras… embuste típicas… característico
convivência… convívio azinho… árvore pequena
tarefas… trabalho recinto… espaço limitado por muros
restaurar… consertar sobro… sobreiro
7. Classifico as seguintes palavras quanto ao número de sílabas.
animado- polissílabo chuva - dissílabo
supermercado - polissílabo mãos – monossílabo
8. Copio do texto o que é indicado:
Três nomes próprios dois adjectivos
Penamacor alto
Noémia pequena
José
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