Anda já um ar de Inverno no ar. Tiram-se para fora das gavetas as camisolas de gola alta, a mãe aproveita todos os momentos que tem, depois de chegar do escritório, para ver se acaba a que está a fazer para a Rosa. É vê-la, sentada no sofá, diante da televisão e a bater as agulhas de metal rapidamente uma de encontro à outra, quase sem olhar para elas, que eu nem sei como não se engana e as riscas saem todas tão certinhas e a darem umas com as outras.
Hoje, para ser ainda mais quase Inverno, veio um homem vender castanhas para a minha rua. Quando cheguei da escola a primeira coisa que vi foi o carro e o fumo bom que
de lá saía. Dantes, dizia o meu pai, a gente comprava cinco tostões de castanhas e o cartucho vinha a transbordar delas. Agora paga-se um dinheirão por uma dúzia e não têm conta as que saem estragadas.
Mas a chegada do homem à minha rua merecia bem o dinheiro. Não propriamente pelas castanhas, mas pela sua presença ali: a Rua Projectada à Praceta B começava a ter cheiro de gente…
Embrulhou-me as castanhas numa folha de jornal – coisa que aflige muito a minha mãe, que diz que aquilo é uma falta de higiene e suja as mãos todas, mas que me diverte quando começo a ler tudo o que lá vem e a imaginar o que lá falta. São anúncios geralmente, ou bocados de notícias que às vezes a gente não chega a entender como começam ou acabam.
Trinco a última castanha (não eram muitas, realmente) e desdobro o papel, a sujidade da cinza a misturar-se já com a sujidade da tinta. “… Cadela perdeu-se. É preta, tem” – o papel tinha sido cortado por aí, de maneira que não consigo saber o que teria a cadela perdida sabe-se lá quando, possivelmente já encontrada por alguém que pôde ler o anuncio até ao fim, com as palavras todas.
Alice Vieira, Lote 12 – 2.º Frente, Caminho
Nuno Costa, em 6/4/2011
1. A história que leste, aconteceu numa cidade ou numa aldeia?
R: Aconteceu numa cidade.
2.Em casa da Mariana – a menina que conta esta história – sentia-se o aproximar do Inverno. Que medidas se tomaram para combater o frio?
R: Tiram-se das gavetas as camisolas de gola alta.
3. O que é que o pai argumentava para não concordar com o preço das castanhas?
R: Dizia que agora se paga um dinheirão por uma dúzia e não têm conta as que saem estragadas.
4. A menina comia mais castanhas? Transcreve a expressão do texto que dá essa indicação.
R: Sim. “não eram muitas, realmente”.
5. Assinala com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto.
Para ser ainda mais quase Inverno, naquele dia…
a Mariana encontrou gente muito agasalhada.
a Mariana viu um homem a vender castanhas. X
a Mariana viu um carro a deitar fumo.
a Mariana viu uma senhora a vender castanhas.
6. ”… Cadela perdeu-se. É preta, tem”
Como explica que, depois de ter comprado as castanhas, a Mariana tenha lido estas palavras?
R: Ela leu essas palavras no resto no jornal que embrulhava as castanhas.
7.Escreve o nome dos sinais de pontuação que encontras no texto que leste.
R: ponto final – vírgula – dois pontos – travessão – parênteses curvos – aspas altas – reticências.
8. Faz a divisão silábica e circunda a sílaba tónica das seguintes palavras, seguindo o exemplo dado.
9. Escolhe no quadro sinónimos das seguintes palavras:
asseio
porção
10. Coloca os sinais de pontuação correctos nas frases:
Era uma vez um velho muito simpático. Ele andava nas ruas, ruelas e avenidas, costumava
gritar assim.
- Quentes e boas, quentes e boas.
11. Acentua correctamente as seguintes palavras:
acolá sábado Estevão fácil lâmpada
rectângulo difícil paciência também português
12. Classifica a palavra castanha, colocando X nos locais correctos.
Número Género Grau
singular X masculino normal X
plural feminino X diminutivo
13. Lê a frase seguinte e completa. aumentativo
O homem chegou à rua.
14. Com as palavras destacadas inventa frases na forma negativa.
15. Escreve o plural das seguintes palavras.
16. Por quantos parágrafos é formado o texto que leste?
R: O texto é formado por 4 parágrafos.
17. Do terceiro parágrafo escreve a…
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